Rozzano, Capital da Cultura, estratégia do prefeito Ferretti: "Não há apenas museus e monumentos."

Rozzano (Milão) – É oficial: Rozzano , a única cidade da Lombardia, está entre as 25 candidatas a se tornar "Capital da Cultura 2028". A candidatura deve ser apresentada ao Ministério até 25 de setembro. O desafio é assustador para Rozzano. Terá que competir com, entre outras, Anagni, Catânia, Colle di Val d'Elsa (Siena), Fiesole, Forlì, Massa, Melfi e Tarquinia. Veja como o prefeito Mattia Ferretti (que manteve a pasta da Cultura) está preparando sua estratégia para tentar garantir um resultado que reescreva a história da cidade.
Prefeito, quais são os pontos fortes da candidatura de Rozzano para Capital Italiana da Cultura 2028?
A força da nossa candidatura reside num conceito amplo, inclusivo e transversal de cultura. Não nos referimos apenas ao patrimônio artístico ou arquitetônico, mas à cultura como motor da legalidade, do senso cívico, da participação ativa e do espírito comunitário. Queremos promover uma cultura viva e cotidiana que surja em bairros, escolas e locais de encontro e se torne uma alavanca para a coesão social e o desenvolvimento sustentável. Não devemos desconsiderar nossas excelências, como o centro cultural Cascina Grande e o Observatório Astronômico Cívico, nem o patrimônio histórico e artístico representado por estruturas como o Castelo Visconti, as Eclusas Vinci e as antigas Filatures des Schappes no Canal Naviglio, mas também por obras mais modernas, como a escultura Città sole de Luciana Matalon ou os grandes murais criados no bairro de Aler, uma galeria de arte de rua a céu aberto para artistas renomados. E dois oásis naturais protegidos.
Quando o projeto estará pronto para ser enviado a Roma?
O dossiê oficial deve ser entregue até meados de setembro. Estamos trabalhando arduamente para concluí-lo dentro do prazo, com o objetivo de apresentar um projeto sólido, compartilhado e valioso. Cada fase é fruto de um trabalho colaborativo, levando em consideração a complexidade da cidade e seus múltiplos potenciais.
Podemos contar com o apoio de organizações locais?
Com certeza. E não só isso. Nossa candidatura será profundamente participativa. Desde o início, queríamos envolver cidadãos, associações, escolas, operadores culturais e todas as entidades que diariamente animam o tecido social. Acreditamos que a força do projeto reside justamente nessa unidade, na capacidade de aproveitar e potencializar as energias já presentes na região.
É possível envolver pessoas físicas neste projeto?
Não é apenas possível, é desejável. Queremos que a candidatura seja uma oportunidade de sinergia entre os setores público e privado, envolvendo fundações, empresas, instituições culturais e outros stakeholders locais. A contribuição deles pode ser crucial, tanto em termos de recursos quanto de expertise, na construção de um projeto ambicioso e duradouro.
O que faz de Rozzano a única cidade da Lombardia indicada para Capital da Cultura?
Somos uma cidade que conhece seus desafios, mas que soube responder com firmeza, desenvolvendo excelência nos campos ambiental, artístico, científico e social. É justamente essa capacidade de transformação e resiliência que queremos demonstrar. Somos a única candidata da Lombardia, e isso nos dá uma grande responsabilidade, mas também uma grande oportunidade: representar uma região que olha para o futuro com coragem e visão.
Você não tem medo da concorrência de cidades como Catânia, Melfi, Vieste, Bacoli ou Forlì?
A competição é acirrada e o calibre das cidades concorrentes é altíssimo. No entanto, cada candidatura traz consigo uma história única. Não pretendemos competir com base em quem tem mais monumentos ou mais turistas, mas sim com base em uma visão de cultura que coloca as pessoas no centro. Rozzano tem uma narrativa poderosa a oferecer: a de um subúrbio que escolheu a cultura como ferramenta de renascimento e um elo social. Se conseguirmos transmitir esse valor, seremos competitivos.
Il Giorno